Religião Geral

Jesus se entrega livremente

“Tudo está consumado”

29/03/2024 às 19h02
Por: Redação Folha Pantanal Fonte: Fonte:(1Pe. Nelson Faria SJ) - (2Bíblia Pastoral Jo 18,1-19,42) - (3Jaldemir Vitório, SJ – Dia a Dia nos passos de Jesus – 2011 – Paulinas) - (4Pe Luiz Miguel Duarte, ssp – Dia a dia com o Evangelho 2015/2017/2018 – Paulus) - (5Elizabeth Mendes FCJ – Diá
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Adelino Alexandre Lopes
Adelino Alexandre Lopes

Jesus se entrega livremente.

Hoje é dia vinte e nove de março, Sexta-Feira Santa da Paixão do Senhor.

Nós estamos juntos para mais um momento de oração. Este momento de oração é uma inciativa para cumprir um pedido “Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15) Uma iniciativa que levaremos ao ar todos os dias de segunda a sexta feira, através das redes sociais, e tem como fonte “A Bíblia, o programa diário https://passo-a-rezar.net/ - e parte do texto é de autoria do Pe. Nelson Faria SJ, a proclamação do Evangelho - Liturgia Diária CNBB 2024, os Evangelhos do dia a dia das Edições Paulus e Paulinas, Diário Bíblico Editora Ave Maria. Nós saudamos a todos com a mensagem Franciscana de Paz e Bem!

 

Durante a Paixão de Jesus, toda a maldade, toda a inveja, todo o ressentimento, toda a violência
caíram sobre um só homem. A disfuncionalidade do mundo anda à solta. Compadece-te. Olha o Crucificado e compadece-te.
(1Pe. Nelson Faria SJ)

O jardim recorda o paraíso do Gênesis, de onde o homem tinha sido expulso. Jesus entra no jardim para enfrentar e derrotar a serpente, símbolo do mal que oprime e mata o ser humano. Ninguém tem poder para prender Jesus ou defendê-lo. Ele é preso porque entrega livremente a própria vida, cumprindo até o fim a missão que o Pai lhe confiou. O testemunho dado por Jesus está entre as negações de Pedro. Há um contraste de atitudes. Pedro usara a violência e Jesus se entregara livremente. Agora Jesus corajosamente dá testemunho diante das autoridades sem nada negar de sua atividade anterior; Pedro, ao contrário, nega covardemente sua condição de discípulo e seu passado de adesão a Jesus. Jesus terminou o tempo de sua atividade terrestre. Agora seu testemunho deve ser continuado pelos seus seguidores. (2Bíblia Pastoral Jo 18,1-19,42)

A morte de Jesus é referida na expressão “entregou o espírito”. A frase evangélica é carregada de sentido. Morrer significava colocar nas mãos do Pai toda sua história, seus projetos e seus anseios. Todo o bem que fizera ao longo do ministério, em favor dos deserdados deste mundo, Jesus entregava ao Pai. Igualmente, o desejo de ver o Reino acontecer como justiça e paz para todos. Por conseguinte, a morte de cruz é o ponto alto da fidelidade do Filho do Pai. Filho obediente, Jesus fez tudo pela vontade do Pai. Filho fiel, jamais caiu na tentação de dar ouvidos a apelos contrários ao querer paterno. (3Jaldemir Vitório, SJ – Dia a Dia nos passos de Jesus – 2011 – Paulinas)

Jesus se entrega livremente – Coragem de Jesus e covardia de Pedro – Os poderosos se agrupam na cilada – Jesus é Rei – A realeza de Jesus desmascara os poderosos – A Crucifixão – Jesus ama até o fim – Uma sepultura para o Rei – O relato da Paixão de Jesus é texto para ler, ouvir, meditar e contemplar. É o coroamento da obra salvadora de Jesus, que vem a este mundo revelar-nos o Pai e ensinar-nos como viver seu plano de amor. Como bom pastor, entrega livremente sua vida em favor de toda humanidade. Os poderes deste mundo cumprem o seu papel: apressada e covardemente condenam à morte o inocente Jesus. Ele, porém, enfrenta a paixão e a morte com coragem e soberania. Ele bem o sabe: a cruz, que sustentará seu corpo, recebe novo sentido – antes objeto de maldição, torna-se instrumento de redenção universal. Pelo sangue derramado, conquista para nós a comunhão com Deus, rompida pelo pecado: “Para que vocês também estejam onde eu estiver” (Jo 14,3). Consciente da missão cumprida, entrega o espírito, após exclamar: “Tudo está consumado”. (4Pe Luiz Miguel Duarte, ssp / Nilo Luza, ssp – Dia a dia com o Evangelho 2015/2017/2018/2022/2023 –Padres e Irmãos Paulinos - Paulus)

A narrativa evangélica (integral) é longa, pois traz toda a sequência de fatos que precedem a crucificação e morte de Jesus. No Horto das Oliveiras: “Sou eu!” É o nome de Deus no Primeiro Testamento e mostra a divindade de Jesus. Diante dessa teofania (revelação, ou manifestação de Deus), o ser humano se prostra diante de Deus, e por isso caem por terra. O teto é cheio de movimento: Do horto, Jesus é levado pelo pelotão da política de Anás, que o interroga e o envia preso à Caifás, sumo sacerdote. No centro do relato, há bofetada do servo, representando a atitude de recusa feroz do judaísmo ao ensinamento de Jesus. Jesus sai desse primeiro embate vitorioso, pois falou bem! Da casa de Caifás a Pilatos, já era de manhã e Jesus passara a noite andando cercado de pessoas hostis e sendo interrogado. Os judeus, já tinham decidido pela morte de Jesus, que, segundo as leis judaicas, seria lapidação, e segundo as leis romanas, crucificação, por isso urgia que Pilatos autorizasse a execução. Pilatos procura libertar Jesus, mas diante da pressão popular entrega Jesus aos judeus. E, na cruz, Jesus manifesta a sua glória. O sepultamento de Jesus, no horto, traz uma analogia esplêndida da teologia joanina: “Jesus é sepultado como rei”, 32 quilos de perfume para preparar o seu corpo. Que o Senhor Jesus nos ajude a entendermos a lógica da cruz: “é preciso morrer para viver!” (5Elizabeth Mendes FCJ – Diário Bíblico - 2018 – Ed. Ave Maria)

Não convém que, diante de tão sublime mistério da cruz, fixemo-nos apenas nos aspectos físicos da dor e da cruz. Muitos, ao meditarem sobre a crucificação, gostam de enfatizar o tamanho dos pregos ou a crueldade do flagelo, como se nisso consistisse o Mistério Salvífico. Claro que os elementos da dor física nos ajudam a meditar sobre o amor manifestado no Calvário. Uma ênfase exagerada em aspectos exteriores, contudo, pode desviar-nos do fato que o amor de Deus é sublime, independentemente de a morte de Cristo ter sido cruel ou não. Hoje, seria importante meditarmos sobre o amor de Deus, que se inclinou aos homens. Encarnando-se, estava já disposto a morrer, pois o ser humano é mortal. A cruz é o beijo do amor, é o exagero de Deus. Não bastasse morrer, escolheu a morte mais cruel possível para nos dizer que seu amor não tem limites. O que mais podemos pedir a um Deus assim? Resta-nos a gratidão e o seguimento. (6Moispes Alves dos Santos – Daniel Aparício Rasteiro, CMF – Diário Bíblico 2019 – Ed. Ave Maria)

 Neste momento, eu convido os irmãos e irmãs para ouvirmos juntos a proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João, que está no capítulo 18, versículo um ao dezenove e o versículo quarenta e dois)

 Louvor e honra a vós, Senhor Jesus. Jesus Cristo se torno obediente, obediente até a morte numa cruz; pelo que o Senhor Deus o exaltou e deu-lhe um nome muito acima de outro nome.

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João – Glória a Vós Senhor!

[...] Levaram então consigo Jesus. Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota. Ale o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos redigiu também uma inscrição e o fixou por cima da cruz. Nela estava escrito: “Jesus de Nazaré, rei dos judeus”. Muitos dos judeus leram essa inscrição, porque Jesus foi crucificado perto da cidade e a inscrição era redigida em hebraico, em latim e em grego. Os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: “Não escrevas: Rei dos Judeus, mas sim: “Este homem disser ser o rei dos judeus”. Respondeu Pilatos: “O que escrevi, escrevi”. [...]

 Estas, amados irmãos e irmãs, são Palavra de Salvação, Glória a Vós Senhor!

 Jesus está na cruz e perdoa. Jesus está na cruz e consola. Ele pede aos seus que cuidem uns dos outros. Acolhe este pedido de Jesus, mesmo no meio dos teus cansaços. Cuida, como o Crucificado, daqueles que o Pai te confiou. Depois, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: “Tenho sede”. Estava ali um vaso cheio de vinagre. Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre e levara-lhe à boca. Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou:” “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, expirou.

Não é o sofrimento ou a morte de Jesus que nos salva. É a forma como Jesus morre que opera a salvação. Quando nos diz “tudo está consumado”, Ele aponta-nos o verdadeiro caminho: nada mais há a fazer do que amar, e amar até ao fim. Olhemos o Céu, procuremos o Pai, que neste dia nos pergunta se desejamos amar até ao fim, se estamos disponíveis para oferecer-nos como Jesus. Ao refletirmos sobre tudo isso, entreguemos a Deus a nossa resposta! (7Pe. Nelson Faria SJ)

A narrativa do julgamento, condenação e morte de Jesus, segundo o Evangelho de João, mostra como Jesus enfrenta as forças que se opõem ao seu projeto. O relato se inicia num jardim, como em Gênesis. Este livro mostra que Adão não resistiu às forças do mal; Jesus ao contrário, não se rende, mas assume livremente o caminho do Calvário para não trair a sua missão. Jesus morre na mesma hora em que eram sacrificados os cordeiros para a ceia pascal, ele é o nosso cordeiro pascal. Não morre por ser essa a vontade de Deus, mas porque enfrentou o poder político e religioso da sua época. Suas últimas palavras “tudo está consumado” revelam que a sua missão chegou ao fim e ele foi fiel ao Pai até o extremo. Ao celebrarmos a paixão e a morte de Jesus, não podemos esquecer a dor, a paixão e a morte de tantas pessoas do nosso povo. Muitos continuam a ser crucificados pelo descaso das autoridades, pelo desemprego, pela miséria, pela fome, pela violência. (8Pe Luiz Miguel Duart, ssp – Pe. Nilo Luza, ssp – Dia a Dia com o Evangelho 2020 – Paulus)

 Hoje, nosso olhar deve se voltar para Jesus crucificado. Essa cena nos leva a refletir sobre a violência e a dor causadas contra um justo. Sim, Jesus foi um justo por excelência. Por causa de sua luta pela justiça e pela fraternidade, foi condenado como criminoso. Os crucificados eram considerados pessoas perigosas. O texto nos leva a tirar algumas lições para o nosso cotidiano: o gesto de amor de Jesus pela humanidade, doou sua vida para que as pessoas fossem mais valorizadas e amadas, principalmente os mais desprezados. Assim como Jesus, justo e inocente, muitos justos e inocentes são perseguidos e, muitas vezes, condenados por defenderem a causa dos mais pobres. Não há melhor modo de explicar o que é amor para o cristão do que mostrar a imagem de Jesus crucificado. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos. Com seu sangue derramado, Jesus nos purifica e abre o caminho para a eternidade. Do Evangelho aprendemos que devemos imitar a Jesus, fazer como ele. Ao olhar para a cruz, que é o maior sinal de amor, devemos também oferecer nosso tempo, nossa inteligência, nossos esforços pelo bem das pessoas. Não há necessidade de nosso povo buscar sofrimento e cruzes, pois já sofre o suficiente e carrega cruzes pesadas demais. (9Padres e Irmãos Paulinos – Dia a Dia com o Evangelho – 2022 – Paulos)

 Para o evangelista João, a paixão é também a exaltação, a honra, a glorificação de Jesus. Enquanto os sinóticos veem Jesus como servo sofredor, que como manso cordeiro, caminha para o matadouro, João o considera como Senhor, plenamente consciente e com pleno domínio sobre a situação. Até mesmo na paixão ele demonstra esse senhorio único: com plena posse de si mesmo e dos acontecimentos, ele caminha voluntariamente para a morte. Para a prisão de Jesus, uma força descomunal é colocada em ação: a guarda dos soldados romanos, com centenas de elementos. A leitura das lideranças da época é que o movimento de Jesus colocava em risco a ordem pública e o poder romano poderia intervir com violência. A revelação de Jesus: “Eu sou”, faz cair por terra os inimigos. Quando Deus se revela, os homens caem por terra. Entenda-se: “não uma queda física, mas teológica” A paixão é uma verdadeira luta entre as trevas e a luz. Depois de um primeiro momento de vitória das trevas, a luz prevalece. (10Braz Lorenzetti,CMF – Diário Bíblico 2024 – Ed. Ave Maria)

 Senhor Jesus, como tu, no final de nossa caminhada, queremos estar em condições de colocar nas mãos do Pai todo bem que fizemos ao nosso próximo. Ó divino Redentor, com reverência te contemplamos erguido na cruz, e com gratidão acolhemos o dom da tua entrega em favor da humanidade. Ensina-nos, Senhor, a amar como tu nos amaste, Amém.

 Fonte:(1Pe. Nelson Faria SJ) - (2Bíblia Pastoral Jo 18,1-19,42) - (3Jaldemir Vitório, SJ – Dia a Dia nos passos de Jesus – 2011 – Paulinas)  - (4Pe Luiz Miguel Duarte, ssp – Dia a dia com o Evangelho 2015/2017/2018 – Paulus) - (5Elizabeth Mendes FCJ – Diário Bíblico - 2018 – Ed. Ave Maria) (6Moispes Alves dos Santos – Daniel Aparício Rasteiro, CMF – Diário Bíblico 2019 – Ed. Ave Maria) - (7Pe. Nelson Faria SJ) (8Pe Luiz Miguel Duart, ssp – Pe. Nilo Luza, ssp – Dia a Dia com o Evangelho 2020 – Paulus) - (9Padres e Irmãos Paulinos – Dia a Dia com o Evangelho – 2022 – Paulos)   (10Braz Lorenzetti,CMF – Diário Bíblico 2024 – Ed. Ave Maria) (10Braz Lorenzetti,CMF – Diário Bíblico 2024 – Ed. Ave Maria)  

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