Hoje é dia vinte e sete de março, quarta-feira da Semana Santa. Nós estamos juntos para mais um momento de oração. Este momento de oração é uma inciativa para cumprir um pedido “Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15) Uma iniciativa que levaremos ao ar todos os dias de segunda a sexta feira, através das redes sociais, e tem como fonte “A Bíblia, o programa diário https://passo-a-rezar.net/ - e parte do texto é de autoria do Pe. Nelson Faria SJ, a proclamação do Evangelho - Liturgia Diária CNBB 2024, os Evangelhos do dia a dia das Edições Paulus e Paulinas, Diário Bíblico Editora Ave Maria. Nós saudamos a todos com a mensagem Franciscana de Paz e Bem!
Leitura do Livro do profeta Isaías. Is 50, 4-9ª - O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos. Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos, para eu escutar, como escutam os discípulos. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio,
e por isso não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra, e sei que não ficarei desiludido. O meu advogado está perto de mim. Pretende alguém instaurar-me um processo?
Compareçamos juntos. Quem é o meu adversário? Que se apresente! O Senhor Deus vem em meu auxílio. Quem ousará condenar-me?
O tempo do Senhor está próximo. Tempo no qual a vida se revela na morte, a graça supera a lei, o véu do templo se rasga e a Glória se manifesta nos braços abertos da Cruz. Acolhamos o convite que o Mestre nos dirige, hoje e todos os dias da nossa vida: “O meu tempo está próximo. É em tua casa que Eu quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos”. (1Pe. Nelson Faria SJ)
A celebração da Páscoa marcava a noite em que o povo de Deus foi libertado da escravidão do Egito. Jesus vai ser morto como o cordeiro pascal: sua vida e morte são o início de novo modo de vida, no qual não haverá mais escravidão do dinheiro e do poder. A ceia pascal de Jesus com os discípulos recorda a multiplicação dos pães. Ela substitui as cerimônias do Templo e torna-se o centro vital da comunidade formada pelos que seguem a Jesus. O gesto e as palavras de Jesus não são apenas afirmação de sua presença sacramental no pão e no vinho. Manifestam também o sentido do profundo de sua vida e morte, isto é: Jesus viveu e morreu como dom gratuito, como entrega de si mesmo aos outros, opondo-se a uma sociedade em que as pessoas vivem para si mesmas e para seus próprios interesses. Na ausência de Jesus, os discípulos são convidados a fazer o mesmo (“tomem”): partilhar o pão com os pobres e viver para os outros. (2Bíblia Pastoral Mc 14,12-25)
Os inimigos de Jesus tiveram a ajuda de um membro do grupo para levar a termo a decisão de eliminá-lo. Judas Iscariotes deixou-se corromper, a ponto de vender o Mestre por trinta moedas de prata, o preço de um escravo. O Mestre perdera o valor para ele. Daí se ter tornado objeto de transação comercial sórdida, em que os valores da amizade e da fidelidade foram atropelados. É inútil culpabilizar Judas Iscariotes pela morte de Jesus. Insistindo num fato do passado. A cena evangélica deve chamar a atenção dos discípulos de hoje que, como o traidor do passado, de muitas maneiras, vendem o Mestre. Às vezes, por menos de trinta moedas de prata. (3Jaldemir Vitório, SJ, - Dia a Dia nos passos de Jesus – 2011 – Paulinas)
Por trinta moedas de prata, Jesus está sendo negociado por um de seus discípulos. Na casa de um amigo, Jesus come a Páscoa com os apóstolos. A refeição que poderia transcorrer em clima descontraído e cordial, torna-se ocasião de forte tensão entre todos. É que Jesus lhes revela que um deles vai entregá-lo aos chefes do povo. A tristeza apodera-se deles e Judas, o traidor, é apontado: Foi o nosso pecado que causou a morte de Jesus. Convém lembrar que o nosso pacto com o pecado é que provoca o sacrifício de Jesus. É o mistério pascal (paixão, morte e ressurreição de Jesus) que vamos contemplar e meditar nos próximos dias, à medida que estivermos celebrando as últimas ações terrenas de Jesus. (4Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp – Dia a Dia com o Evangelho – 2015/2017/2023 – Paulus)
O escritor sagrado fala do acerto monetário para que Judas entregasse Jesus, já que os judeus não conseguiam prendê-lo. Fato desconcertante, pois os amigos n/ao esperavam isso dele. Prova disso é o diálogo estabelecido entre Jesus e seus discípulos e a palavra final de Judas: “Serei eu, Mestre?” À qual Jesus responde: “Sim”. Que o Senhor Jesus nos ajude a passarmos pelas situações de traição fortalecidos pelo amor fraterno e que o nosso empenho seja exatamente esse: fidelidade à nós mesmos, a Jesus e à vida! (5Elizabeth Mendes, FCJ, - Diário Bíblico – 2018 – Ed. Ave Maria)
Depois de Jesus, centro da narrativa, destaca-se Judas Iscariotes, ainda que por motivo desonroso, a traição. Como se faz com imóveis, terrenos, gado e utensílios de várias espécies, assim Jesus está sendo negociado por uma soma irrelevante de trinta moedas. Vergonha para Judas, que entrega seu Mestre; vergonha para os sumos sacerdotes, que pagam pela vítima que irão sacrificar. Enquanto Jesus celebra com seus discípulos a Páscoa, festa da libertação, Judas trama sua captura. Jesus conhece e controla a situação: é ele quem aponta o traidor. Aqui tem um nome, mas pode se referir a qualquer pessoa que, em vez de escolher o projeto de Jesus com suas consequências, escolhe o ídolo das riquezas. O tempo de Jesus está próximo. É a hora da sua paixão, morte e ressurreição, ápice da redenção. (6Pe. Miguel Luiz Duarte – ssp – Dia a Dia com o Evangelho 2018/2020 – Paulus)
Jesus já havia advertido que não é possível “servir a dois senhores”, “servir a Deus e ao dinheiro”. Judas tramou entregar o seu Senhor por trinta moedas de prata e, depois, tomou parte na mesma ceia que ele. O traidor é aquele “que coloca comigo a mão no prato”. Jesus tinha também alertado que “não basta dizer Senhor, Senhor”. Judas já havia instrumentalizado os pobres visando ao benefício próprio. Na ceia, ele tenta instrumentalizar, também, a religião. O culto sagrado não é para Judas um momento de estar próximo do Senhor e de pedir perdão pelos seus atos; não é um culto de louvor, mas um modo de parecer bem e enganar os outros. É a atitude de um corrupto que tenta se passar por boa pessoa usando, inclusive, a religião. (7Moisés Alves dos Santos – Daniel Aparício Rasteiro, CMF – Diário Bíblico – 2019 – Ed. Ave Maria)
Neste momento eu convido os irmãos e irmãs para ouvirmos juntos a Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus, que está no capítulo vinte e seis do versículo quatorze ao vinte e cinco
Salve, Cristo, Luz da vida, companheiro na partilha! Salve, nosso rei, somente vós tendes compaixão dos nossos erros.
O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que o trair. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (Mt 26,14-25) Naquele tempo, 14um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15e disse: "O que me dareis se vos entregar Jesus?" Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus. 17No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: "Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?" 18Jesus respondeu: "Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: 'O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a Páscoa em tua casa,
junto com meus discípulos'". 19Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a Páscoa. 20Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos. 21Enquanto comiam, Jesus disse:
"Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair". 22Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar: "Senhor, será que sou eu?" 23Jesus respondeu: "Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato. 24O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!" 25Então Judas, o traidor, perguntou: "Mestre, serei eu?" Jesus lhe respondeu: "Tu o dizes". Estas, amados irmãos e irmãs, são Palavra da Salvação, Glória a Vós Senhor!
Tendo ouvido as leituras e a proclamação do Evangelho é o momento de fazermos uma pequena reflexão.
Isaías afirma que é o Senhor quem o desperta todos os dias, que é Ele quem abre os seus ouvidos.
Como começas os nossos dias? O que escutamos o Senhor dizer-nos? É porque vive entregue à vontade de Deus, à sua missão de consolar os irmãos, descentrado de todo o interesse próprio, que Isaías encontra liberdade para ser julgado por qualquer um. Desejamos viver como ele, desta forma livre e irreverente? Ao ouvirmos a leitura do Livro do Profeta Isaías. Reconheçamos, nesta passagem, o manual do autêntico discípulo de Jesus. Isaías desperta todos os dias para consolar os que andam abatidos. É esta a missão que Deus lhe confiou. É essa a missão que Jesus nos confia, como um dos seus discípulos. Procuremos Jesus e digamos-lhe: “Senhor, aqui estamos. Onde queres que nós vamos?” (8Pe. Nelson Faria SJ)
Estamos às portas do Tríduo Pascal e a liturgia, mais uma vez, nos aponta para este momento tão importante de nossa fé. A figura de Judas ganha relevo neste momento, pois é ele quem trai e entrega o Mestre aos judeus. O grupo de seguidores de Jesus não é constituído por pessoas perfeitas, mas por aqueles também que não compreendem qual é o projeto de Deus em Jesus. Nesse tempo quaresmal, que é tempo primordialmente de preparação para assumir ou retomar o batismo, somos chamados ao empenho da conversão, ou seja, mudar de rota em nossa caminhada, tendo em vista o renascer com Cristo em sua própria páscoa. O jejum, a esmola e oração foram para nós meios para que nos aproximássemos mais de nós mesmos, pois exercitamos o autodomínio, praticamos a caridade concreta para com o próximo e nos aproximamos mais de Deus. Que em nossa vida e coração nao haja lugar para Judas. (9Padres e Irmãos Paulinos – Dia a Dia com o Evangelho, 2022 – Paulus)
Acompanhamos passo a passo os últimos acontecimentos da vida de Jesus: misturam-se cenas de preparação da Páscoa e a trama da traição de um dos discípulos. Custa pensar que um discípulo, que participava da sua intimidade, tenha se prestado a ser um traidor! A razão para Judas cometer esse ato pode ter sido por amor ao dinheiro, ambição, inveja ou desejo de que Jesus se manifestasse logo como um libertador político. Jesus tem consciência do que está por acontecer e comunica a eles seu estado de aflição. Judas é modelo de como um discípulo não deve agir; é modelo também de quem rompe definitivamente com o Mestre Jesus. Viver a fidelidade, não trair a missão recebida, eis a nossa tarefa.
Senhor Jesus, faze-nos compreender o grande amor que tens para conosco e reforça a nossa amizade e fidelidade contigo! Ó Mestre, enquanto teus discípulos preparam cuidadosamente a Páscoa que queres celebrar com eles, o traidor negocia o preço para te entregar aos sumos sacerdotes. Livra-nos, Senhor, de todo o mal. Ó Jesus, zeloso Pastor, um dos teus discípulos estraga a beleza da festa. Por não compreender nem acatar teus planos de amor e vida para todos, ele se afasta do grupo, a fim de executar seus planos perversos. Ajuda-nos, Senhor, a defender as pessoas sufocadas por toda espécie de injustiças, Amém.
Fonte: (1Pe. Nelson Faria SJ) - (2Bíblia Pastoral Mc 14,12-25)- (3Jaldemir Vitório, SJ, - Dia a Dia nos passos de Jesus – 2011 – Paulinas) - (4Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp – Dia a Dia com o Evangelho – 2015/2017/2023– Paulus) (5Elizabeth Mendes, FCJ, - Diário Bíblico – 2018 – Ed. Ave Maria) (6Pe. Miguel Luiz Duarte – ssp – Dia a Dia com o Evangelho 2018/2020 – Paulus) - . (7Moisés Alves dos Santos – Daniel Aparício Rasteiro, CMF – Diário Bíblico – 2019 – Ed. Ave Maria) - (8Pe. Nelson Faria SJ - (9Padres e Irmãos Paulinos – Dia a Dia com o Evangelho, 2022 – Paulus)
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