Um de vós me entregará... O galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes
Hoje é dia vinte e seis de março, terça-feira da Semana Santa. Nós estamos juntos para mais um momento de oração. Este momento de oração é uma inciativa para cumprir um pedido “Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15) Uma iniciativa que levaremos ao ar todos os dias de segunda a sexta feira, através das redes sociais, e tem como fonte “A Bíblia, o programa diário https://passo-a-rezar.net/ - e parte do texto é de autoria do Pe. Nelson Faria SJ, a proclamação do Evangelho - Liturgia Diária CNBB 2024, os Evangelhos do dia a dia das Edições Paulus e Paulinas, Diário Bíblico Editora Ave Maria. Nós saudamos a todos com a mensagem Franciscana de Paz e Bem!
Os nossos medos, as memórias que nos ferem, as expectativas goradas, os afetos não correspondidos, todas as angústias e ressentimentos que carregamos dentro de nós são um obstáculo ao acolhimento dos outros e à aceitação do Deus que vem para nos salvar. Mergulhemos com tudo o que somos, na Páscoa do Senhor; e acolhamos o Espírito capaz de renovar o nosso coração. (1Pe. Nelson Farias, SJ passo a rezar)
Escuta o salmo 70. - Salmo 70 (71), 1-2.3-4a.5-6ab.15ab.17
Em Vós, Senhor, me refugio, jamais serei confundido. Pela vossa justiça, defendei-me e salvai-me, prestai ouvidos e libertai-me. Sede para mim um refúgio seguro, a fortaleza da minha salvação. Vós sois a minha defesa e o meu refúgio: meu Deus, salvai-me do pecador. Sois Vós, Senhor, a minha esperança, a minha confiança desde a juventude. Desde o nascimento Vós me sustentais, desde o seio materno sois o meu protetor. A minha boca proclamará a vossa justiça, dia após dia a vossa infinita salvação. Desde a juventude Vós me ensinais e até hoje anunciei sempre os vossos prodígios.
A longa noite da paixão começa com a traição de Judas, símbolo da traição que pode estar presente dentro da própria comunidade cristã. O mandamento novo supera todos os outros mandamentos. Deus e o homem são inseparáveis. E é somente amando o ser humano que amamos a Deus. Em Jesus, Deus se fez presente no ser humano, tornando-o intocável. Tal mandamento novo gera nova comunidade, que oferece uma alternativa de vida digna e liberdade perante a morte e a opressão. (2Bíblia Pstoral – Jo 13,21-33.36.38)
Senhor quem É? A pergunta do discípulo amado é muito mais ampla do que, à primeira vista, se pode pensar. Por ocasião da última ceia, dizia respeito ao discípulo traidor, a quem Jesus fez um gesto de deferência, dando o bocado passado no molho. Todavia, traições ao Mestre continuam a ser perpetradas ao longo dos séculos. Daí a necessidade de identificar as novas atitudes de traição a Jesus. São muitos os Judas Iscariotes, infiéis à confiança do Mestre. Pessoas muito próximas da fé e da religião, porém, incapazes de acompanhar o mestre no caminho da cruz. (3Jaldemir Vitório, SJ – Dia a Dia nos passos de Jesus – 2011 – Paulinas)
Profundamente comovido, Jesus se desabafa de algo que o sufoca: o traidor é um do grupo. Com gesto de carinho, entrega o pão umedecido à Judas Iscariotes, que imediatamente se retira do convívio. “É noite”: enquanto Judas entra nas trevas. Jesus é glorificado pelo Pai: passando pelo vale do sofrimento e da morte, será resgatado pelo Pai que lhe devolverá a glória que “tinha antes da criação do mundo” (Jo 17,5). Pedro e rompante entusiasmo, promete a Jesus fidelidade a toda prova, afirmando que dará a vida por ele. Jesus, porém, revela que Pedro o negará três vezes, antes do cantar do galo. O impacto causado pela traição de Judas e de Pedro é atenuado com a presença do discípulo amado, que estará junto à cruz de Jesus, sustentado pela força do amor. (4Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp – Dia a Dia com o Evangelho – 2015/2017/2023 – Paulus)
No Evangelho de hoje, temos duas cenas distintas: a ceia e a despedida. Na ceia, lugar de confraternização e fraternidade, fica evidente o desconforto de Jesus diante da traição de Judas e a perplexidade dos discípulos, que aparentemente não sabiam a que ou a quem estava se referindo. E Judas fez exatamente aquilo que tinha planejado com os judeus e deu certo! Logo em seguida, começa o discurso de despedida e o testamento do amor! Que o Senhor nos ajude nessa caminhada e que o amor fraterno se sobreponha a qualquer situação de desagregação, e que consigamos pôr em prática o mandamento do amor. (5Elizabeth Mendes, FCJ – Diário Bíblico 2018 – Ed. Ave Maria)
O que poderia ser uma atividade descontraída e alegre, transforma-se em momento de tristeza. Jesus toma refeição com seus discípulos. Está comovido e põe às claras algo que guardava no seu íntimo: no meio de seus discípulos, há um traidor. A indicação se dá por um gesto de carinho especial: “Jesus pegou um pedaço de pão, o molhou e o deu a Judas, filho de Simão Iscariotes”. Judas não aceita o amor do Mestre, sai da sala e mergulha na escuridão, no meio da qual refulge o esplendor da glória: “Agora o Filho do Homem foi glorificado”. Pedro, or sua vez, ainda despreparado para seguir o Mestre e morrer com ele, jura fidelidade: “Eu darei a minha vida por ti!”. Jesus lhe fala da negação. Longo caminho Pedro deverá percorrer antes de entregar livremente a vida por Jesus e pelo “rebanho”. (6Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp – Dia a Dia com o Evangelho 2018/2020 – Paulus)
Jesus revela que será traído duas vezes na mesma noite: por Judas e por Pedro. A traição de Judas já era esperada, quem roubava dos pobres já há muito traía Jesus. A traição de Pedro é mais dolorida, pois se esperava que ele fosse fiel. Contudo, essa traição é em todo diferente; é algo momentâneo, fruto do medo humano. Não há em Pedro vontade de permanecer no pecado: é uma traição de quem se assusta e, por um lapso, faz a escolha errada. A traição de Judas, por sua vez, é contumaz; começou com pequenos desvios, até trair completamente o próprio Senhor. Há, também, além das traições, um total abandono de Jesus da parte de seus discípulos. Mesmo quando o Senhor anuncia as traições, ninguém parece preocupado com o sofrimento do Mestre, mas, sim, em se justificar. “Não importa se o Mestre será traído, desde que não seja comigo”. Que o Senhor no livre de qualquer dessas traições ou do abandono. (7Moisés Alves do Santos – Daniel Aparício Rasteiro, CMF – Diário Bíblico – 2019 – Ed. Ave Maria)
Neste momento, eu convido os irmãos e irmãs para ouvirmos juntos a Procamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João, que está no capítulo treze, versículos do vinte e um ao trinta e três e do trinta e seis ao trinta e oito.
Honra, glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor! Salve, ó rei, obediente ao Pai, vós fostes levado para ser crucificado, como um manso cordeiro é conduzido à matança.
Um de vós me entregará... O galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes. - Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 13,21-33.36-38
Naquele tempo, estando à mesa com seus discípulos, 21Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou: "Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará". 22Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando. 23Um deles, a quem Jesus amava, estava recostado ao lado de Jesus. 24Simão Pedro fez-lhe um sinal para que ele procurasse saber de quem Jesus estava falando. 25Então, o discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: "Senhor, quem é?" 26Jesus respondeu: "É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho". Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: "O que tens a fazer, executa-o depressa". 28Nenhum dos presentes compreendeu por que Jesus lhe disse isso. 29Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus lhe queria dizer:
"Compra o que precisamos para a festa", ou que desse alguma coisa aos pobres. 30Depois de receber o pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite. 31Depois que Judas saiu,
disse Jesus: "Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. 32Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. 33Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: 'Para onde eu vou, vós não podeis ir'". 36Simão Pedro perguntou: "Senhor, para onde vais?" Jesus respondeu-lhe: "Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas me seguirás mais tarde". 37Pedro disse: "Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti!" 38Respondeu Jesus: "Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes". Estas amados irmãos e irmãs, são Palavra da Salvação, Glória a Vós Senhor!
Tendo ouvido a proclamação do Evangelho de hoje, vamos fazer juntos uma pequena reflexão como conclusão desse nosso momento de oração
É natural que, durante a Semana Santa, sintamos a invasão de uma grande tristeza. Contudo, para melhor entrarmos no Tríduo Pascal, deixemo-nos moldar pela confiança de Jesus, que vê o Pai como refúgio seguro, a sua única esperança. Nos momentos de desânimo, a tentação mais comum é a de baixar os braços. Jesus mostra-nos outro caminho: nas vésperas da prova, nos momentos de sombra, sem negar a sua dureza, Ele confia na providência de Deus. Nós também confiamos! (8Pe. Nelson Farias, SJ passo a rezar)
Algumas presenças tornam-se relevantes nestes últimos momentos da vida de Jesus. Vimos, no Evangelho apresentado ontem, o contraponto estabelecido entre Maria – a irmã de Lázaro – e Judas. Hoje, sem dúvida, as figuras de Judas e de Pedro ganham destaque. Ambos são, de algu modo, alertados pelo próprio Jesus quando à postura de infidelidade que assumirão. Judas vai trair o Mestre e entregá-lo aos judeus; Pedro, por sua vez, vai negá-lo. Muitas interpretações poderiam ser feitas em relação a um e outro discípulo; contudo, poderíamos simplificar dizendo que se trata da condição humana. Noutras palavras, poderíamos dizer que a fragilidade humana não nos permite que sejamos plenos o tempo todo. Nossas imperfeições e debilidades nos levam a não compreender os projetos de Deus e, por isso, somos capazes de trair e negar o que é tão pleno e intenso. Como sabemos, em alguns casos é possível a retomada da própria caminhada; já noutras situações, a caminhada encontra o seu fim. Sim! Devemos assumir as consequências de nossas escolhas. (9Padres e Irmãos Paulinos – Dia a Dia com o Evangelho, 2022 – Paulus)
Durante a celebração da ceia pascal, Jesus fala abertamente da traição. Os discípulos, impotentes e apáticos, não esboçam nenhuma reação, mesmo sabendo que entre eles havia um traidor. A impressão é que não conseguiam discernir claramente o que estava acontecendo. A narrativa possibilita pensar na fidelidade e na traição. O evangelista João considera que há dois mundos: o de Deus e da luz e do diabo e das trevas. No caso de Judas, ele escolher permanecer no mundo das trevas e da mentira, rompendo definitivamente com o mundo de deus. A partir desse momento ou dessa decisão, Satanás passa a tomar conta da vida de Judas. Dentro dele, então, dominam as trevas e se faz noite, enquanto o caminho de Jesus é de glória, embora tenha de passar pela morte. O pão abençoado se torna pão de vida para os discípulos e pão de morte para Judas.
Aproximemo-nos de Jesus, agora que terminamos o nosso de oração. Falemos com Ele sobre como podemos encontrar confiança em tempos de prova. Senhor Jesus, que nós jamais possamos trair o compromisso contigo; pelo contrário, como o discípulo amado queremos ir contigo até a cruz! Divino Metre, revelas que um dos teus discípulos será o traidor. Controlas a euforia de Pedro, que promete te acompanhar por onde quer que vás. Ajuda-nos, Senhor, a sermos teus fiéis seguidores. Amém -
Fonte: (1Pe. Nelson Farias, SJ passo aa rezar) - (2Bíblia Pstoral – Jo 13,21-33.36.38) - (3Jaldemir Vitório, SJ – Dia a Dia nos passos de Jesus – 2011 – Paulinas) - (4Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp – Dia a Dia com o Evangelho – 2015/2017/2023 – Paulus) - (5Elizabeth Mendes, FCJ – Diário Bíblico 2018 – Ed. Ave Maria) - (6Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp – Dia a Dia com o Evangelho 2018/2020 – Paulus) - (7Moisés Alves do Santos – Daniel Aparício Rasteiro, CMF – Diário Bíblico – 2019 – Ed. Ave Maria)
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