Deixa-a; ela fez isto em vista do dia de minha sepultura - Hoje é dia vinte e cinco de março, segunda-feira da Semana Santa. Nós estamos juntos para mais um momento de oração. Este momento de oração é uma inciativa para cumprir um pedido “Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15) Uma iniciativa que levaremos ao ar todos os dias de segunda a sexta feira, através das redes sociais, e tem como fonte “A Bíblia, o programa diário https://passo-a-rezar.net/ - e parte do texto é de autoria do Pe. Nelson Faria SJ, a proclamação do Evangelho - Liturgia Diária CNBB 2024, os Evangelhos do dia a dia das Edições Paulus e Paulinas, Diário Bíblico Editora Ave Maria. Nós saudamos a todos com a mensagem Franciscana de Paz e Bem!
Sentimos que à nossa volta o mal progride, que o tempo mostra os seus desastres e a morte revela o seu tom cinzento. Que a nossa oração e o nosso caminho pascal sejam para nós uma abertura, um jardim de esperança, o grito de justiça, firme n’Aquele que nos formou e nos conduz. (1Pe. Nelson Faria SJ -passo a rezar net)
Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas - Na primeira leitura de hoje, é o Primeiro canto do Servo do Senhor, Servo de Javé. Quem é este servo? De início, provavelmente, uma pessoa; depois essa pessoa foi tomada como figura coletiva, sendo aplicada a todo o povo pobre e fiel. O servo é a grande novidade que Javé prepara: o missionário escolhido que, graças ao Espírito de Javé, recebe a missão de fazer que surja uma sociedade conforme a justiça e o direito. Ele não submeterá os fracos ao seu domínio, mas o seu agir acabará produzindo uma transformação radical: os cegos enxergarão e os presos serão libertos. Os Evangelho aplicam a Jesus figura do Servo. “E do céu veio uma voz, dizendo: ‘Este é o meu Filho amado, que muito me agrada’” – “Ele é o Servo de Javé, isto é, o novo mediador que traz e garante para todos, a salvação misericordiosa de Deus” (2Bíblia Pastoral - Is 42,1-7-, Mt 3,17 – 12,17-21, 17,5)
O gesto de Maria prepara o corpo de Jesus para a morte, isto é, o ato final com que ele entregará sua vida em favor do ser humano. Desperdício inútil? Judas desculpa sua própria avareza, disfarçando-a com uma preocupação paternalista pelos pobres. A comunidade que vive o espírito de Jesus será eminentemente uma comunidade de pobres e sempre aberta fraternalmente para os pobres. (3Bíblia Pastoral – Jo 12,1-11)
Um gesto incompreendido – O gesto de Maria, ao ungir os pés de Jesus e enxugá-lo com os cabelos, foi incompreendido. A incompreensão mais evidente foi a de Judas Iscariotes, que interpretou como desperdício: “meio litro de perfume de nardo puro e muito caro” jogado fora. Maria, por sua vez, entendeu fazer um gesto de hospitalidade em relação ao amigo querido. Na cultura da época, os hóspedes tinham um quê de sagrado. No caso de Jesus, a amizade que o unia aos amigos de Betânia justificava a acolhida em grande estilo. Os outros discípulos, também, entenderam tudo aquilo como manifestação de amizade e hospitalidade. Só Jesus foi capaz de entender o que se passava. O gesto de Maria apontava algo que aconteceria em breve. Era como se antecipasse o sepultamento do amigo. (4Jaldemir Vitório, SJ – Dia a Dia nos passos de Jesus – 2011 – Paulinas)
Três atitudes significativas se destacam no episódio do Evangelho de hoje: a primeira é a generosidade que brota do coração sensível e amoroso de Maria. Ao perfumar os pés de Jesus, ela o exalta e lhe presta homenagem e, talvez sem ter intenção, o prepara carinhosamente para o sepultamento, que acontecerá em breve. A segunda atitude é a mesquinhez de Judas Iscariotes. Desdenha o gesto de Maria e se revela mentiroso, insinuando que seria melhor socorrer os pobres com aquele gasto. Na verdade, Judas queria roubá-lo. A terceira atitude é a intolerância dos chefes dos sacerdotes para com Jesus. Estão de tal modo apegados à ideia de morte, que querem matar não só Jesus, mas também Lázaro, a quem Jesus havia ressuscitado dos mortos. Saldo: muitos judeus, por medo, se afastam de Jesus, enquanto muitos outros, mais corajosos, acreditam nele. (5Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp / Pe. Nilo Luza, ssp– Dia a Dia com o Evangelho, 2015/2017/ 2023– Paulus)
Não é fácil ser amigo de Jesus. Comporta perseguição e morte. Com Lázaro, seu amigo, não foi diferente. Jesus tinha ressuscitado Lázaro há alguns dias e a notícia tinha se espalhado; por isso, a curiosidade das pessoas que vinham para vê-lo e, ao darem-se conta da veracidade dos fatos afastavam-se dos judeus e aproximavam-se de Jesus, crendo nele. E daí Lázaro virou jurado de morte. A hostilidade não é só contra Jesus, mas também contra aquele que manifesta a sua glória. Que Jesus nos ajude a caminhar de cabeça erguida em meios as hostilidades por causa de seu nome. O nome de Jesus tem poder! (6Elizabeth Mendes, FCJ, Diário Bíblico – 208 – Ed. Ave Maria).
Recheados de preciosas informações, este episódio nos insere no contexto da iminente paixão do Senhor. Aí se misturam as diferentes atitudes de seus protagonistas: a amizade da família de Lázaro; o serviço doméstico de Marta; a delicadeza generosa de Maria com tanto perfume que inundou toda a casa; o olhar mesquinho de Judas, que critica Maria pelo exagero; a chegada de muitos curiosos, talvez amigos da família e, enfim, a macabra decisão dos chefes dos sacerdotes de “matar também Lázaro”. Quanto a Jesus, sua morte fora decretada pelo Conselho. Mas, Lázaro, que culpa tinha ele? Quais crimes havia cometido para despertar a ira das autoridades? Até hoje, inúmeras decisões são tomadas durante os banquetes. Pena que muitas delas são em vista de interesses pessoais, não raro com sacrifício de vidas humanas! (7Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp – Dia a Dia com o Evangelho, 2018/2020 – Paulus)
A frase “sempre tereis pobres” é uma triste contatação. Não é o desejo do Senhor, não é fruto do Evangelho. Essa pobreza citada aqui diz respeito à miséria, à pobreza material, que tira a dignidade humana, não se assemelha ao conselho evangélico de pobreza espiritual. Enquanto houver seres humanos, como Judas, interessados em instrumentalizar os pobres para desviar recursos, teremos pobres. Ao constatar isso, Jesus parece lamentar que sempre teremos Judas, termos corruptos. Não é um chamado à acomodação, mas, sim, um alerta de que precisamos lutar sempre para que os pobres sejam acolhidos, e não instrumentalizados. Judas pretende usufruir de benefícios a partir da miséria alheia, em nome da carência material dos outros. Sempre teremos pobres e Judas, mas sempre teremos Jesus para nos manter firmes na luta. (8Moisés Alves dos Santos, Daniel Aparício Rasteiro – CMF – Diário Bíblico – 2019 – Ed. Ave Maria)
Deixa-a; ela fez isto em vista do dia de minha sepultura. Neste momento eu convido os irmãos e irãs para ouvirmos a Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João, que está no capítulo doze, versículos do um ao onze. (Jo 12,1-11)
Honra, glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor! Salve, nosso rei, somente vós tendes compaixão dos nossos erros.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Glória a Vós Senhor! Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João
1Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi para Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos. 2Ali ofereceram a Jesus um jantar; Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. 3Maria, tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo. 4Então, falou Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de entregar: 5"Por que não se vendeu este perfume por trezentas moedas de prata, para as dar aos pobres?" 6Judas falou assim não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão; ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela. 7Jesus, porém, disse: "Deixa-a; ela fez isto em vista do dia de minha sepultura. 8Pobres, sempre os tereis convosco, enquanto a mim, nem sempre me tereis". 9Muitos judeus, tendo sabido que Jesus estava em Betânia, foram para lá, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Jesus havia ressuscitado dos mortos. 10Então, os sumos sacerdotes decidiram matar também Lázaro, 11porque, por causa dele, muitos deixavam os judeus e acreditavam em Jesus. Estas, amados irmãos e irmãs, são Palavra da Salvação. Glória a Vós Senhor!
A profecia de Isaías mostra-nos o estilo de Jesus: não grita, nem levanta a voz, nem quer destruir o que está frágil e ferido. Ele faz com que os cegos vejam e os que vivem aprisionados encontrem a liberdade, mas de uma forma nova. Qual será essa forma nova? O escolhido de Deus não vem em poder humano. O seu único poder é o amor. Confundimos ação com fazer, libertação com destruição da opressão pela força, mas só a misericórdia e o perdão libertam. Por isso é interessante quando ouvimos as palavras de Isaias que nos deixemos moldar pelo espírito que as habita. (9Pe. Nelson Faria SJ -passo a rezar net)
Segundo a proposta do evangelista João, o tempo de Jesus está chegando ao fim. Jesus volta à casa de Lázaro, seu amigo a quem ressuscitou, e aí experimenta o consolo de ter os pés ungidos e enxugados por Maria. Esse gesto de Maria antecipa o que acontecerá com o corpo de Jesus após a sua morte; Judas, por sua vez, com sua praticidade e desonestidade, usando os pobres coo justificativa, considera um desperdício o gesto de Maria e pensa no quanto lucraria com a venda do perfume. Diante de um mesmo fato ou de uma situação que se mostra iminente, a reação pode ser totalmente distinta. Maria e Judas são esses opostos diante do Mestre que está prestes a ser preso e morto. Estar com Jesus requer de nós decidir-se por ele verdadeiramente; contudo, nem sempre isso acontece, e Judas é um exemplo gritante. Qual é a nossa escolha verdadeira, íntima que nos compromete? (10Padres e Irmãos Paulinos – Dia a Dia com o Evangelho 2022 – Paulus)
Seis dias significam imperfeição. Tempo perfeito é o sétimo dia. A cena se situa em Betânia, em casa de Lázaro. Segundo João e Lucas, a mulher unge os pés de Jesus. Judas reclama do desperdício. Contudo, o gesto de maria vai muito além da sua intenção: inconsciente e involuntariamente, anuncia a glorificação de Jesus. Lázaro, por sua vez, começa a mobilizar multidões, todos querem vê-lo ressuscitado, e muitos ingressam na comunidade cristã. A decisão de matar Lázaro pode significar o desprezo pelos cristãos ou uma antecipação da sorte deles em tempos históricos posteriores, tempos de perseguição. Assim como Lázaro, os discípulos devem estar dispostos a dar a vida por causa do Evangelho. (11Braz Lorenzetti, CMF – Diário Bíblico 2024 – Ed. Ave Maria)
Agora que terminamos o nosso tempo de oração, nos dirigimos a Jesus para pedir-lhe a graça da confiante entrega de vida à via-sacra da misericórdia. Tenhamos coragem, não desanimemos. Só o amor derrota o mal. Senhor Jesus, dá-nos a graça de compreender o sentido da tua morte de cruz, gesto de fidelidade filial ao Pai, cuja vontade realizaste inteiramente. Ó Jesus, o número dos que acreditam e ti aumenta; porém, cresce também entre os chefes dos sacerdotes, o anseio de pôr fim à tua vida e à do amigo Lázaro. Livra-nos, Senhor, das pessoas perversas!
Fonte: (1Pe. Nelson Faria SJ -passo a rezar net) - (2Bíblia Pastoral - Is 42,1-7-, Mt 3,17 – 12,17-21, 17,5) - (3Bíblia Pastoral – Jo 12,1-11) - (4Jaldemir Vitório, SJ – Dia a Dia nos passos de Jesus – 2011 – Paulinas) - (5Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp – Dia a Dia com o Evangelho, 2015 – Paulus) - (6Elizabeth Mendes, FCJ, Diário Bíblico – 208 – Ed. Ave Maria) - (7Pe. Luiz Miguel Duarte, 22p – Dia a Dia com o Evangelho, 2018 – Paulus) (8Moisés Alves dos Santos, Daniel Aparício Rasteiro – CMF – Diário Bíblico – 2019 – Ed. Ave Maria) - (9Pe. Nelson Faria SJ -passo a rezar net)
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