Religião Geral

A Lei e os Profetas

A expressão “a Lei e os Profetas” no tempo de Jesus equivaliam ao ensinamento da própria Bíblia

06/03/2024 às 10h20
Por: Redação Folha Pantanal Fonte: (1Jaldemir Vitorino, SJ-Paulinas-Evangelho Diário) - (2Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp). - (3Moisés Alves dos Santos-Daniel Aparício Rasteiro-CMF-Editora Ave Maria) - (passo a rezar.net - Pe. Antônio Sant’Ana SJ) - (4Padres e irmãos Paulinos – Paulus) - (5Bra
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Adelino Alexandre Lopes - CNLB
Adelino Alexandre Lopes - CNLB

Hoje é dia seis de março de 2024, quarta-feira da terceira semana da Quaresma.

Nós estamos juntos para mais um momento de oração. Este momento de oração é uma inciativa para cumprir um pedido “Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15) que levaremos ao ar todos os dias de segunda a sexta feira, através das redes sociais, e tem como fonte “A Bíblia, os Evangelhos do dia-a-dia das Edições Paulus e Paulinas, o programa diário https://passo-a-rezar.net/ - a proclamação do Evangelho na voz de Cid Moreira e parte do texto é de autoria do Pe. Antônio Sant’Ana SJ. Nós saudamos a todos com a mensagem Franciscana de Paz e Bem.

Sentimos o desejo de mudar. Sentimos a necessidade de crescer, de ir mais fundo, de ir mais longe. Reconhecemos que é necessário aprender a amanhecer. Durante estes instantes, não forcemos os nossos processos de conversão. Reconheçamos que gostaríamos de ser mais como Jesus, e peçamos-lhe, com simplicidade e confiança, que seja Ele a fazer, que seja Ele a moldar o nosso barro. E iniciemos assim o nosso momento de oração de hoje. A Lei não deve ser observada simplesmente por ser lei, mas por aquilo que ela realiza de justiça. Cumprir a lei fielmente não significa subdividi-la em observâncias minuciosa, criando uma burocracia escravizante; significa, isto sim, buscar nela inspiração para a justiça e a misericórdia, a fim de que o homem tenha vida e relações mais fraternas. Nós devemos praticar e ensinar a Lei – A liberdade de Jesus levava os inimigos a tê-lo na conta de anarquista, como se para ele a lei mosaica perdesse o valor e ele se deixasse guiar pela própria cabeça. A suspeita, em última análise, acusava Jesus de impiedade, como se tivesse rompido com Deus. Era preciso que o Mestre afirmasse com clareza a disposição de se submeter à Lei de Deus. Porém, seguindo uma direção distinta daquela de seus acusadores. Estes estreitaram a Lei num emaranhado de interpretações, a ponto de ficar difícil identificar, no meio de tudo aquilo, o que, de fato, correspondia à vontade de Deus. Por sua parte, Jesus desejava cumprir até o último tracinho da Lei, no que tem de vontade legítima e autêntica do Pai. Este processo poderia ser feito no contato direto com o Pai, sem depender das interpretações dos mestres da Lei. Neste ponto, Jesus foi inteiramente fiel. Nem um só ponto da vontade do Pai ficou sem ser inteiramente cumprido. A morte de cruz foi o testemunho consumado da disposição de, em tudo, ser obediente ao Pai. O discípulo do Reio jamais será anarquista nem, tampouco, legalista. Entre os dois extremos coloca-se o espaço para o cumprimento autêntico do querer do Pai. Como Jesus, o discípulo é capaz de superar a letra da Lei e alcançar-lhe o espírito. Aí é onde se situa a verdadeira pauta para seu agir. (1Jaldemir Vitorino, SJ-Paulinas-Evangelho Diário)

Jesus não se apresenta como grande reformador que derruba por terra tudo o que foi lenta e solidamente edificado ao longo de séculos. Não vem para suprimir a antiga Aliança, mas para cumpri-la fiel e totalmente. Ele é o ponto de encontro entre o Antigo e o Novo Testamento. Ao dizer que veio realizar toda a Lei e os Profetas, Jesus se refere à genuína Lei de Deus, aquela que foi transmitida a Abraão, a Moisés e aos Profetas. Não se refere a tradições e interpretações acrescentadas pelos fariseus. Os que violam esses preceitos não encontram fechada a porta do Reino, porém são convidados a crescer até atingir a estrutura de Jesus Cristo. Só Ele é grande, justamente porque manteve sua fidelidade no cumprimento da vontade do Pai, até entregar a própria vida na cruz. (2Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp).

Não é possível afirmar que exista um antagonismo entre o Antigo e o Novo Testamentos. Deus não muda a sua palavra, nem suas promessas. É por isso que Cristo diz, no Evangelho de hoje, que mesmo a menor letra da Lei será cumprida. A tendência é vermos o Antigo Testamento como algo ultrapassado. Em muitas ocasiões, até mesmo, tentamos “batizar” as palavras do Antigo Testamento como se tudo fossem apenas alegoria do Novo, como se nada fosse real. Aliança que o Senhor fez com Abraão, também renovou com Moisés, e, em Cristo, declarou que se trata do mesmo cálice, da “Nova e Eterna Aliança”. Por essa razão, nenhuma palavra da Bíblia pode ser desprezada, pois em tudo nos fala do mesmo Senhor. (3Moisés Alves dos Santos-Daniel Aparício Rasteiro-CMF-Editora Ave Maria)

Jesus falava como quem tem autoridade, e não como os escribas e fariseus. Dizia: “Vocês ouviram o que foi dito aos antepassados... Eu, porém, lhes digo...” Não. Jesus vem para respeitar e levar a pleno cumprimento a Lei e os Profetas, isto é, as Escrituras Sagradas. Não a Lei deformada e decadente que predominava na época de Jesus e que ele procurava corrigir, mas a verdadeira Lei, a Lei que os Profetas sempre lembraram e ensinaram. Então os discípulos de Jesus podiam ficar tranquilos: ele não veio para eliminar as Escrituras; veio para cumprir e ensinar a vontade do Pai, da qual ele é o intérprete fiel e definitivo. (3Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp – Paulus)

Neste momento eu convido os irmãs e irmãs, para ouvirmos juntos a Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus que está no capítulo cinco, versículos do dezessete ao dezenove). (Mt 5, 17-19) Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 17"Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. 18Em verdade, eu vos digo:
antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei,
sem que tudo se cumpra. 19Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus.
Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus". Estas, amados irmãos e irmãs, são Palavra da Salvação, Glória a Vós Senhor!

Tendo ouvido a proclamação do Evangelho, vamos juntos fazer uma pequena reflexão.

Jesus diz aos discípulos que não vem abolir a lei, mas completá-la. Quer isto dizer que, ao lado da lei, tem de estar a misericórdia. Viver obcecado com a letra da lei escraviza, faz perder a liberdade para amar. O amor é um risco que é preciso viver com Jesus. O outro rosto da lei é a capacidade de ir ao encontro de quem erra. Só assim se ajuda a regressar ao caminho da salvação. Jesus mostra com a sua vida que, por detrás da lei, está um Deus que é Pai que perdoa sempre. Deixa-te tocar pelo amor deste Pai. Há um valor pedagógico nos mandamentos, como linhas orientadoras para caminhar para Deus. Mas a lei não pode matar, tem de ser geradora de vida. Pensemos naquilo que Jesus completa em nossas vidas. Como valorizamos os nossos talentos? Como nos tornamos mais humanos e menos intransigentes com os outros? (passo a rezar.net - Pe. Antônio Sant’Ana SJ)

Jesus é a plenitude da Lei; contudo, sua presença e missão não cancelam a tradição e a Lei que regeram o povo até aquele momento. Entretanto, com Jesus, a Lei chega a seu ápice ou é retomada em seu sentido original, ou seja, promover a vida de todo ser humano sem distinção. De outra sorte, quem não cumpre a Lei ou quem incentiva o seu descumprimento, será considerado menor no Reino dos Céus. Jesus não é revolucionário inconsequente; ele tem plena consciência de seus atos, pois refletem a vontade do Pai que o enviou. Como essa Palavra pode nos iluminar? Certamente, considerando o caminho daqueles que vieram antes de nós e conhecendo a tradição e as leis que devem promover e garantir a vida. Não se cria nada do nada, ou seja, é preciso saber quais são nossas origens e fundamentos de fé para viver plenamente nosso chamado. (4Padres e irmãos Paulinos – Paulus)

A expressão “a Lei e os Profetas” no tempo de Jesus equivaliam ao ensinamento da própria Bíblia como um todo. A declaração de Jesus é de não abolir, mas sum de levá-la à perfeição. Em que sentido Jesus leva o cumprimento da Lei à perfeição? O assunto era discutido. Havia várias opiniões a respeito. Segundo os fariseus, todas as leis eram igualmente importantes e deveriam ser cumpridas. Para eles, a pessoa se tornava justa e conseguia a salvação pela prática das boas obras. É bem verdade que eles acabavam caindo em uma interpretação minimalista e no casuísmo, e Jesus os critica por isso. Jesus não propõe abolir a Lei, mas sim praticá-la a partir de uma vivência profunda, e não de sua exterioridade. Para Jesus, a Lei e os profetas não devem ser resumidos em uma série de preceitos, mas cumpridos a partir de dentro, do que é expressão da vontade de Deus. É a proposta de Jesus: a prática da Lei não no seu aspecto externo, mas pelo espírito da Lei, que é muito mais exigente e profundo. Ainda hoje dizemos que é legalista quem se apega demais à prática da letra da Lei e esquece o seu espírito. A lei é importante, porém a sua letra não pode ser absoluta, pelo menos na prática evangélica. (5Braz Lorenzetti, CMF – Editora Ave Maria)

 Peçamos a graça de sermos, nesta Quaresma, mais misericordiosos com os outros. Senhor Jesus, livra-nos do anarquismo e do legalismo, fazendo-nos conhecer o autêntico querer do Pai para nós e ajudando-nos a torná-lo pauta para o nosso agir. Senhor e Mestre, és o ponto central da história da salvação. E cumpres fielmente a vontade do Pai celeste. Ajuda-nos a compreender as Sagradas Escrituras e a praticar seus ensinamentos, Amém.

(1Jaldemir Vitorino, SJ-Paulinas-Evangelho Diário) - (2Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp). - (3Moisés Alves dos Santos-Daniel Aparício Rasteiro-CMF-Editora Ave Maria) - (passo a rezar.net - Pe. Antônio Sant’Ana SJ) - (4Padres e irmãos Paulinos – Paulus) - (5Braz Lorenzetti, CMF – Editora Ave Maria)

  

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