Por que algumas pessoas acreditam mais em si mesmas do que outras?
“Não é tarefa fácil exercer a boa política. Por isso, ante às complexidades e exigências, muitos se afastam dessa responsabilidade. Os estreitamentos ideológicos, por exemplo, também agravam a aversão ao universo político. Mas essas distorções só podem ser corrigidas a partir da arte de dialogar. Assim é que se vencem barreiras e se constroem entendimentos, novos marcos regulatórios capazes de revisar legislações inadequadas, que atendem somente a interesses pouco nobres....” (Dom Walmor Oliveira de Azevedo - Arcebispo de Belo Horizonte 15/02/2019).
A verdadeira política é arte que se vale do diálogo para encontrar as soluções mais adequadas ao bem comum, a partir da argumentação, de compreensões lúcidas sobre a realidade. Oportuno lembrar que a arte tem força para elevar a compreensão humana a novos patamares. Por isso mesmo, o exercício da política, enquanto arte, deve contribuir para que a sociedade avance rumo a novas conquistas civilizatórias. O interesse tem que ser o bem comum. É isso o que se espera dos representantes eleitos pelo povo. E que não percam a clareza de que o parlamento, em nível federal, estadual ou municipal, é a casa do povo, onde seus representantes estão reunidos, para servi-lo. Assim, a configuração de “bancadas”, para a defesa de interesses muito particulares de alguns segmentos, não raramente contrários ao bem, à justiça e à verdade, é algo incompatível com a boa política.
Utilizamos o título acima: “A Política é a Arte do Diálogo”, e esse enunciado de um artigo publicado em fevereiro de 2019, para tentar expor o aparente equívoco de um grupo político que se articula para concorrer às eleições municipais.
Antes de entrar diretamente no assunto, recorri a um manual esquemático de História da Filosofia, já que fora citado conceitos filosóficos para deixar claro o posicionamento de um grupo de pessoas em recente reunião.
Para Platão – Fundador da Academia de Atenas, autor de 24 diálogos, defendia que os ensinamentos não poderiam ser transmitidos senão através de uma adequada preparação. Discorrendo sobre Idealismo, Platão afirma que “o homem que consegue se libertar das cadeias da caverna e ver a realidade, deve voltar para libertar seus companheiros”. A Política, dividida em classes sociais, projeto ideal de sociedade, seria a virtude da justiça: a harmonia entre aqueles que provêm os bens econômicos, os que defendem a virtude da fortaleza e aqueles que governam, nos quais prevalece a alma racional e exercem a prudência.
E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Advogado, a fim de que esteja para sempre convosco, (Jo 14,16).
Desprezar a experiência de quem já governou, o diálogo com quem tem representação política e daqueles que, na essência, são guardiães da justiça e na defesa dos direitos se configura com uma aparente imprudência, uma atitude rasa daqueles que, ao invés de uma agremiação partidária, ao que parece, pretendem instituir um convento e voltam no tempo querendo instaurar uma nova inquisição: não queremos médicos, não queremos advogados e muito menos remanescente da velha política.
Adelino Alexandre Lopes – Literato (Onileda)
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