A MÃO QUE BALANÇA O BERÇO - que oferece pão e circo e depois se esconde!
Quando será que nós, a grande maioria dos eleitores brasileiros, iremos acordar desse sono profundo a que estamos entregues? Um sono profundo que nos é imposto pelas mãos de uma pequena minoria que acalenta esse gigantesco “Berço Esplêndido”.
A mão que sanciona, em épocas eleitoreiras, quando está em jogo apenas a garantia de interesses mesquinhos, é a mesma que veta quando os benefícios dessa Lei têm como objetivo, privilegiar o povo.
A mão que, em menos de um minuto, vota em troca de uma cesta básica, aceitando a fome como que sendo o seu destino, aceitando o analfabetismo naturalmente, encarando o desemprego como fruto do desenvolvimento global, é a mesma que, no instante do voto, decreta a sua própria sentença.
A mão que, com um suave toque, acaricia as bochechas macias e rosadas de um recém-nascido, deve ser a mesma que, com inteligência, indique os melhores caminhos a serem trilhados pelos adolescentes.
O triste é saber que a mão usada para escrever “vida”, nos primeiros dias na escola, pode ser a mesma que, usando uma borracha “chamada tiro”, a apaga.
E aí, envolvidos nessa via de mão dupla, chocam-se o voto consciente com aquele dado em pagamento de um favor. Chocam-se o voto EM BRANCO com o NULO, votos que não elegem, mas contribuem para que uma enorme quantidade de homens, descompromissados com a sociedade, perpetuem no poder. Chocam-se pobres e ricos. Chocam-se violência e segurança. Nessa luta a duas mãos embatem-se Homens com terra e aqueles que não as têm. Mistura-se a chamada sociedade culta com a inculta, e esta última não por opção e sim por imposição. Agonizam-se por falta de saúde médicos e pacientes. Chocam-se a mão que acalenta com aquela que nos desperta do sono com um toque mais brusco no berço.
Será que não está na hora de recebermos esse toque mais brusco e despertarmos desse cansativo sono, onde permanecemos deitados num berço esplêndido, por tão longo tempo, e acordarmos para a realidade? E plagiando a frase “Acorda Menina”, não está na hora de gritarmos em alto e bom tom “Acorda população?”
Adelino Alexandre Lopes – Literato – (Onileda)
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