“...Moisés se assentou como de costume para servir de juiz ao seu povo, e o povo ficou de pé diante de Moisés, desde a manhã até a noite”. E o sogro de Moisés chegou a ver tudo o que ele fazia para o povo. De modo que disse: “Que espécie de negócio é este que estais fazendo para o povo? Por que é que só tu continuas sentado e todo o povo continua a postar-se diante de ti, desde a manhã até a noite?” Moisés disse então ao seu sogro: “É porque o povo está vindo a mim para consultar a Deus. Caso lhes surja uma causa, ela tem de ser apresentada a mim e eu tenho de julgar entre um litigante e outro, e tenho de tornar conhecidas as decisões do [verdadeiro] Deus e suas leis.” Mas tu mesmo deves selecionar dentre todo o povo homens capazes, tementes a Deus, homens fidedignos, que odeiam o lucro injusto; e tens de pô-los sobre eles como chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez. E eles de julgar o povo em toda ocasião propícia; e tem de dar-se que toda causa grande trarão a ti, mas toda causa pequena resolverão eles mesmos como juízes. Portanto, faze-o mais leve para ti, e eles têm de levar o fardo contigo. Se fizeres esta coisa, e Deus te tiver mandado (isso), então poderás certamente suportá-lo, e, além disso, todo este povo irá ao seu próprio lugar em paz”. (Ex 18:13;23)
Tendo feito uma análise desta passagem do livro de Êxodo, pude perceber quão importante é a organização da sociedade, não num único grupo: esse procedimento a torna submissa de um só dirigente e poderá ocorrer que fique eternamente a prostrar-se diante dele à espera de ajuda, mas em dois ou mais grupos e que estes grupos busquem, em seus contrários, uma unificação de ideias para o efetivo desenvolvimento da comunidade, fazendo-a mais atuante e participativa, com prudência e não com anarquia. Que nesse todo da comunidade haja uma intercomunicação, para que mesmo sendo dividido em pequenos bairros, saiba conduzir o seu próprio desenvolvimento, não ficando sempre a mercê da apatia dos governantes. Estes, remanejados pelo povo aos mais variados cargos, por mais que se esforcem (pelo menos é o que se presume que façam) sozinhos não conseguirão nunca resolver todos os problemas. Até porque não lhes é permitido serem eternos paternalistas, e a qualquer momento a tulha poderá ficar vazia e serem obrigados a pedir socorro. E esse pedido de socorro poderá ser atendido e vir acompanhado de um atrelamento que não é bom nem salutar para a comunidade. A comunidade brasileira, que sempre reclama por melhorias, tem agora a chance, se não total pelo menos parcial, de promover o início das mudanças que sempre aspirou. Este ano é ano de eleições e para que estas mudanças aconteçam, efetivamente, é prudente que saibamos escolher, pelo voto, governantes que estejam realmente alinhados com suas bases, com um governar moralmente; governantes que queiram realmente mudar, para melhor, os municípios, os Estados e o Brasil. O que esta comunidade não pode mais permitir, e suportar, é a perpetuação no poder, de indivíduos sabidamente descompromissados com a coisa pública e que visam tão somente o acúmulo de riquezas, em sua própria tulha e na de seus patrocinadores, fazendo seu “porto seguro” no lucro injusto.
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