Como traçar o Perfil de um agressor?
Para investigadores e psicólogos, homens que cometem violência contra mulheres são, em geral, considerados 'cidadãos comuns'.
Identificar um agressor de mulher não é tarefa simples. Em geral, este criminoso não tem características aparentes como a arma em punho de um assaltante por exemplo, Em muitos casos, sequer possui antecedentes criminais. Então, como se prevenir?
Conversei, hoje, com especialistas e pessoas que lidam com o tema diariamente para traçar um perfil destes homens. Além disso, o modo como os agressores se comportam é parte fundamental para a identificação. Muitas vezes são os chamados "cidadãos comuns"
”A gente tem como padrão de agressor de violência doméstica uma pessoa que trabalha, tem uma vida social, é primário e de bons antecedentes. Na maioria dos casos, a gente tem esse padrão de agressor de uma ‘pessoa normal’ enfatiza a investigadora da polícia civil Paula Leite.
A psicóloga Mayara Christine Duarte, técnica responsável por atender as mulheres vítimas de violência do CRAM em Coxim/MS ressaltou que a violência se apresenta de formas diferentes e não apenas através da forma física, que é a de conhecimento mais comum. São elas: Violência física; Violência psicológica; Violência patrimonial; Violência moral; Violência sexual
Ciclo da violência
Mayara explicou ainda que a violência contra a mulher acontece, normalmente, através de um ciclo vicioso. Segundo ela, os relacionamentos passam por três etapas que se repetem constantemente. E a violência pode ser interrompida de duas maneiras: com a interrupção da relação ou com o feminicídio.
“O ciclo da violência começa na ‘tensão’. Quando um casal perde o diálogo, começam as humilhações, provocações e ofensas. Em determinado momento, essa tensão perde o controle e acontece a explosão, que acaba gerando a violência. Nesse segundo estágio, acontecem: sexo forçado, tapas, socos. Logo depois, há um rompimento em alguns casos. A mulher vai buscar os direitos dela garantidos por lei”, explicou a psicóloga.
“No terceiro estágio, é o intervalo chamado ‘lua de mel’. O homem entende que perdeu a mulher e tenta reconquistá-la. Pede desculpa, faz juras de amor, dá presentes, faz promessas, em uma intensidade muito grande. Ele não quer dar tempo para que ela possa refletir sobre o assunto. Depois de juntos novamente, ele não se vê correspondido e volta a entrar no estágio da tensão”, completou.
De acordo com os especialistas ouvidos, casais que passaram por episódios de violência compartilharam de um relacionamento abusivo. A vítima, na maioria dos casos, só identificou as “irregularidades” do relacionamento depois em que as agressões aconteceram.
Para evitar episódios de desgaste emocional e até mesmo de violência física, a investigadora Paula Leite listou cinco pontos de atitudes abusivas nos relacionamentos Caso a mulher identifique a presença de um ou mais fatores, deve ficar alerta.
Cinco comportamentos que identificam um possível agressor: Interferir no modo de vestir da companheira; Hábito de controlar as redes sociais dela; Humilha e tem costume de xingar a companheira; Possessividade, ele determina sempre o que o casal vai fazer; Interfere nas relações sociais.
Serviço:
Caso alguma mulher se identifique com algumas das orientações das especilistas devem procurar o mais rápido possível os locais de atendimento para as mulheres.
A pessoa também pode procurar a Delegacia de Atendimento à Mulher mais próxima e também pode pedir ajuda pelo 180 e 190. [email protected]
Gostaríamos de saber sua opinião. Envie-nos suas sugestões pelo e-mail: [email protected]
Glenda Melo - Jornalista